terça-feira, 31 de agosto de 2010

Contraponto 3167 - "Lula é aplaudido, Kassab vaiado, Goldman ignorado e Dilma ganha repente"

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31/08/2010

Lula é aplaudido, Kassab vaiado, Goldman ignorado
e Dilma ganha repente

Amigos do Presidente - terça-feira, 31 de agosto de 2010

O presidente da República,Lula, e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), tiveram uma recepção distinta no bairro popular de Paraisópolis, zona sul da capital paulista. A recepção entusiasmada que o Presidente Lula recebeu de centenas de moradores constrastou a acolhida fria dirigida ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), um dos principais aliados do presidenciável José Serra (PSDB) em São Paulo. No evento, a candidata Dilma Rousseff (PT), que não estava presente, mas ganhou o "repente" de um artista popular.

Enquanto Lula recebeu aplausos calorosos em diversos momentos, especialmente quando anunciou o nascimento de seu neto Pedro, Kassab foi vaiado ininterruptamente durante parte de seu discurso.Kassab teve de apelar com o nome de Lula e ao centenário do Corinthians, para ofuscar as vaias.

O prefeito recebeu mais vaias quando foi anunciado, quando entregou a chave de uma das 240 unidades das obras de urbanização de Paraisópolis - parceria do governo federal com o a Prefeitura de São Paulo - e durante parte de sua fala.

Questionado sobre as vaias para Kassab, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), disse não ter ouvido nada. Kassab deixou o local sem dar entrevistas.

Apesar da ausência de Dilma, ela foi lembrada por um repentista, que recebeu o microfone das mãos do Presidente Lula. Entre os versos, o poeta popular cantou que a petista "vem à frente" e o "Lula novamente". Nas ruas de Paraisópolis, faixas em alusão ao centenário do Corinthians uma pintura de Lula em um dos muros do bairro.

Durante o discurso, o Lula afirmou que os moradores de coberturas do Morumbi não vão mais se envergonhar ao olhar para Paraisópolis e disse ainda que as obras de urbanização da favela são uma reparação do descaso de décadas.

Com informações do Terra
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Contraponto 3166 - "Cala a boca, William Waack"

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31/07/2010
Cala a boca, William Waack



Blog do Miro - 31/07/2010

Por Altamiro Borges

Um vazamento de áudio, na quinta-feira passada (26), expôs a postura arrogante do âncora do Jornal da Globo, que vai ao ar no final da noite. No momento em que a Dilma Rousseff rebatia as acusações levianas sobre a quebra de sigilo fiscal de dirigentes tucanos, Willian Waack deixou escapar a frase: “Manda calar a boca”. Diante da difusão do vídeo pela internet, somente agora a TV Globo emitiu uma nota pedindo desculpas aos telespectadores pela “falha técnica”.

Segundo o sítio Comunique-se, a poderosa emissora garante que Willian Waack não se referiu à presidenciável, mas apenas pediu silêncio à equipe, já que o barulho “prejudicava a concentração dos apresentadores”. Mesmo assim, a lacônica nota tenta enterrar o constrangedor episódio: “Aos telespectadores, a TV Globo pede desculpas pela falha”. Nem o pedido de desculpa nem, muito menos, a estranha justificava devem convencer os que acompanham o trabalho deste jornalista.

Servidor do Instituto Millenium

Willian Waack nunca escondeu a sua oposição frontal ao governo Lula. Com seus comentários e suas caretas, ele sempre procura desqualificar as iniciativas do atual governo, em especial às que se referem à política externa e aos métodos democráticos de diálogo com os movimentos sociais. Seus alvos são as “amizades” de Lula com “ditadores populistas”, como Hugo Chávez, Cristina Kirchner e Evo Morales, e a sua “conivência” como movimentos “fora da lei”, como o MST.

No seminário do Instituto Millenium, em março passado, ele foi um dos mestres de cerimônia do convescote dos barões da mídia e ficou visivelmente empolgado com os incontáveis ataques ao “autoritarismo do governo Lula”. Na ocasião, a direita midiática procurou unificar sua pauta para a campanha presidencial e deixou explícito que concentraria todo o seu fogo contra a candidata Dilma Rousseff. Willian Waack foi uma das estrelas desta conspiração direitista e golpista.

Entrevista ou provocação policialesca

Mesmo após o lamentável episódio do vazamento do áudio, o apresentador segue caninamente as orientações traçadas no Millenium. No Jornal da Globo de ontem, que iniciou uma nova série de entrevistas com os presidenciáveis, ele se postou como um torturador diante da ex-ministra, no mesmo tom provocador do seu coleguinha Willian Bonner. Não fez nenhuma pergunta sobre as propostas da candidata ou sobre temas de relevo para a sociedade. Tentou, apenas, desgastá-la.

Como observou o blogueiro Luis Nassif, a entrevista procurou explorar factóides, insistindo nas especulações sobre quebra de sigilo fiscal, fatiamento do futuro ministério, influência de José Dirceu e outras bravatas demotucanas. “Surpreendente, porque Waack é dos mais preparados jornalistas da televisão. Se descesse do pedestal para discutir conceitos com a candidata, poderia ter proporcionado aos telespectadores um dos momentos altos do jornalismo nessa campanha”.

Momento de revolta do âncora

Mas não dá mais para esperar “jornalismo sério” de Willian Waack. Seus compromissos hoje são outros. O vazamento do vídeo simplesmente pode ter expressado um momento de ira do âncora da TV Globo, indignado com o definhamento da candidatura do demotucano José Serra e com crescimento de Dilma Rousseff. Afinal, os telespectadores não seguem mais as suas opiniões e as suas caretas. Na prática, a sociedade está mandando um recado: “Cala boca, Willian Waack”.
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Contraponto 3165 - "Mídia clama por um fato novo"

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31/08/2010
Mídia clama por um fato novo

Carta Maior - Terça-Feira, 31 de Agosto de 2010

O que se implora é que sejam fatos beirando o extraordinário, com cores cataclísmicas e ímpeto aterrador. E não podem ser fatos quaisquer, não. Ao contrário, precisam ser caracterizados por sua natureza antigovernista e profundamente oposicionista.

Washington Araújo*

"E um fato novo se viu/ Que a todos admirava:/ O que o operário dizia/ Outro operário escutava." (Vinícius de Moraes, O operário em construção)

E todos os que fazem a cobertura das eleições 2010 no Brasil parecem ter feito um pacto em torno de uma mesma torcida: meu reino por um fato novo. Todos sabemos que a matéria-prima do jornalismo, ao menos aquele dissociado do estilo-jabuti (o que se coloca em árvore nessa ou naquela posição), são os fatos novos. Fatos que indicam ação, movimento, mudança. Com uma campanha precocemente exaurida pela inexistência quase absoluta de fatos, vemos jornalistas, colunistas, comentaristas, apresentadores de TV e radialistas suplicando que venham os tais fatos, assim como ao longo de décadas o sertanejo nordestino ansiava para que a chuva viesse. No contexto atual o assunto é bem complexo. É que não podem ser quaisquer fatos, sejam velhos ou novos.

O que se implora é que sejam fatos beirando o extraordinário, com cores cataclísmicas e ímpeto aterrador. E não podem ser fatos quaisquer, não. Ao contrário, precisam ser caracterizados por sua natureza antigovernista e profundamente oposicionista. E se têm que vir, que venham logo pois do contrário será tarde demais. Neste exato momento os fatos que embalam anseios e orações, desejos e exercícios mentais não podem ocorrer após o dia 3 de outubro de 2010. Se ocorrerem, não terão valor algum. Serão apenas fatos precocemente envelhecidos ante a pressão do calendário eleitoral, que a cada dois anos se impõe à vida ordenada da sociedade brasileira. Fiz-me entender?

"Uma ação afirmativa e veemente"

Fazendo brevíssima viagem no tempo, tomemos como data-início o dia 6/8/2010 e como data-fim o dia 27/8/2010 e teremos uma descrição bem ao gosto do filósofo espanhol Ortega Y Gasset (1883-1955), quando gravou em alto relevo no pensamento universal a máxima "eu sou eu e minhas circunstâncias".

Para Ricardo Kotscho, decano do jornalismo político no país, um possível fato novo seria o que assumisse o formato da boca do jacaré.

"A não ser que nos próximos debates ou nos programas eleitorais no rádio e na TV, que começam a ir ao ar no próximo dia 17, surja algum fato novo fantástico capaz de virar o jogo, a atual tendência é a consolidação das curvas das pesquisas, com a `boca do jacaré´ se abrindo a favor de Dilma" (6/8/2010).

Para Álvaro Dias, destemido senador paranaense, o fato novo tem que ter aquele poder de criar ondas que uma pedra consegue quando é arremessada corretamente por sobre a superfície de lago calmo:

"Temos de buscar fatos novos, sacudir essa campanha com uma ação afirmativa e veemente" (Álvaro Dias, PSDB-PR, Folha de S.Paulo,14/8/2010).


"Um grande impacto"

Para Marcos Coimbra, sociólogo e proprietário do Instituto Vox Populi, o assunto abre caminho para situar o fato novo no fazer jornalístico diário e para circunscrever o fato novo dentro de rígidos parâmetros da ética e do bom senso:

"A imprensa precisa de notícias, de preferência surpreendentes. Sem `fatos novos´, fazer o jornal é mais difícil. Por isso, os jornalistas os amam. E os jornalistas que não querem a vitória de quem está na frente? E as empresas de comunicação que têm simpatias por quem está em segundo ou terceiro? Aí, se os fatos novos teimam em não surgir, a tentação de criá-los é grande. Inutilmente, pelo que conhecemos de nossas eleições presidenciais anteriores. Quando a maioria do eleitorado cisma que vai votar em alguém, não há `fato novo´ que a mova. É como fogo de morro acima. Ou água de morro abaixo" (Marcos Coimbra,15/8/2010).

O jornalista Fernando Rodrigues, com o faro sempre apurado, busca no passado alguma semelhança com o presente e traz à memória o famigerado caso dos "aloprados" de quatro anos atrás:

"[Em comparação com as eleições de 2006] hoje, não há sinal de Dilma querer faltar a debates. Também não existe indício de um `aloprados 2´ a caminho – embora o de 2006 tenha sido um raio em céu azul no dia 15 de setembro. Sem erros do PT, as coisas ficam difíceis para Serra" (Folha de S.Paulo, 18/8/2010).

A propósito, convém fazer remissão à entrevista que Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope, empresa que virou sinônimo de pesquisa de opinião pública no Brasil, concedeu à revista Veja (Edição 2127, de 26/8/2009). O título dizia tudo: "Lula não fará seu sucessor". Pois bem, passados exatos doze meses, eis o que lemos na entrevista da diretora-executiva do Ibope, Márcia Cavallari:

"A 45 dias das eleições presidenciais, apenas um fato novo, fora de controle, poderá mudar o rumo da campanha... Não exime que na reta final da campanha aconteça algum fato que possa trazer um impacto grande nas campanhas..." (Agência Reuters, 19/8/2010).

"Não se pode dar a eleição por decidida"

Em tom taciturno recolhemos também do editorial do jornal Folha de S.Paulo a percepção do jornal sobre a possibilidade de "fatores imprevisíveis", nome pomposo para aquilo que os reles mortais chamam apenas "fato novo". Aponta para chances teóricas não capazes de vencer o pleito de 2010, mas sim, de conceder "sobrevida" à postulação oposicionista:

"Pode até ser que a candidatura José Serra à Presidência experimente alguma oscilação estatística até o dia 3 de outubro. E fatores imprevisíveis, como se sabe, são capazes de alterar o rumo de toda eleição. Não há como negar, portanto, chances teóricas de sobrevida à postulação tucana" (Folha de S.Paulo, editorial, 21/8/2010).

Para a senadora mato-grossense do sul Maria Serrano, a ideia de fato novo rima com o imponderável, com o apelo a que se avance o bom combate até seu último minuto. Há um quê de angústia em sua súplica:

"O clima de desânimo marcou as reações dos tucanos, que agora dizem esperar um `fato novo´ para levar a eleição ao segundo turno. Isso impacta a gente. Não é fácil, mas só podemos desistir no último minuto. É ruim esperar o imponderável, mas precisamos lutar até o fim" (Folha de S.Paulo, 22/8/2010).

Para o jornalista José Roberto de Toledo, atualmente no jornal Estado de S. Paulo, co-autor de Era FHC – um balanço e de Marketing Político e Persuasão Eleitoral, o "fato novo" é co-irmão do "fato aloprado". Segundo Toledo, a possibilidade de vir a existir é o que impede a presente eleição de ser considerada "decidida". Eis o que ele escreveu:

"Quando a eleição vira assunto do dia-a-dia, o acesso às informações sobre a campanha é praticamente simultâneo a todo o eleitorado, seja nas capitais, seja no Brasil profundo. Isso pode tanto reforçar tendências quanto provocar alterações bruscas, a partir de um fato inesperado, um `aloprado´. Também por isso não se pode dar a eleição por decidida" (O Estado de S. Paulo, 23/8/2010).

"Tendência só mudará com fato muito relevante"

O decano dos cronistas brasileiros, Carlos Heitor Cony, em seu lugar de destaque na página 2 da Folha de S.Paulo, é econômico no palavrório, generoso nos julgamentos e agourento para um dos polos da disputa presidencial:

"Acontece que nesta atual campanha, com a disparada das intenções de voto para Dilma, ficou escancarada a participação legal e eleitoral de Lula nos comícios e na TV. A vantagem de sua candidata tenderá a subir – a menos que ocorra um fato novo que beneficie o contendor ou bagunce o coreto montado pelo PT" (Folha de S.Paulo, 26/8/2010).

Para o presidente da Arko Advice Pesquisas, Murilo Aragão, tudo pode ser resumido em bem ajeitada metáfora futebolística onde o fato novo esperado pela oposição tem que necessariamente surgir nas asas do extraordinário.

"No entanto, Serra está em grandes dificuldades, pois além de ter que enfrentar circunstâncias adversas, não joga bem para conseguir mudar o quadro atual. É como se o time estivesse jogando no campo do adversário, com a maioria da torcida contra, e jogando mal. Está dependendo do erro do adversário para poder crescer nas pesquisas ou de um fato novo extraordinário" (Murilo Aragão, 26/8/2010).

Mauro Paulino, diretor do Datafolha, resume em apenas 25 palavras a corrida presidencial. Mesmo com roupagem da brevidade, Paulino ressalva a relevância de um fato "muito relevante":

"Mantida a tendência de crescimento da candidata Dilma Rousseff (PT), que só mudará se ocorrer um fato muito relevante, a eleição presidencial terminará no primeiro turno" (O Globo, 27/8/2010).

A quem interessaria?
Coincidência ou não, o fato é que 24 horas depois que Dilma Rousseff abriu 20 pontos de vantagem sobre José Serra, conforme pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha, os principais jornais desta sexta-feira (27/8/2010) traziam em suas primeiras páginas as seguintes manchetes:

** Folha de S.Paulo: "Nova quebra de sigilo abre batalha PT-PSDB"

** Estadão: "Suspeitos de violar sigilo de tucanos são blindados pela Receita"

** O Globo: "Núcleo da Receita no ABC devassou dados de 140"

** Jornal do Brasil: "Só um escândalo derruba Dilma"

** Zero Hora: "Oposição se une em ataque ao PT pela quebra de sigilos"

** Veja online: "Quebra de sigilo – Receita vê indícios de esquema para venda de informações sigilosas"

** Época online: "Receita diz que violação é fruto de `esquema´"

** Portal G1/Globo: "Receita vê indícios de `balcão de venda´ de informações fiscais"

** Globo online: "Numa última tentativa, a ordem, ainda que não consensual na campanha tucana, foi de jogar todas as fichas no episódio da violação do sigilo fiscal..."

E a pergunta que se impõe é: as nove manchetes acima relacionadas, todas em torno da quebra de sigilo fiscal de diversas pessoas ligadas ao PSDB, trazem consigo marcas que apontam para o inesperado, o fantástico, o extraordinário?

Mas, antes de responder a esta questão, que é obviamente facílima de responder, há que se utilizar a percepção, a intuição e a inteligência jornalística para responder a outras questões ainda mais importantes:

A quem interessaria (no duro mesmo!) a quebra do sigilo fiscal nos últimos meses de 2009 de Eduardo Jorge Caldas Pereira, vice-presidente do PSDB, de seus companheiros de partido, de Samuel Klein (dono da Casas Bahia) e da apresentadora da TV Globo Ana Maria Braga?

Quem estaria mais necessitado de um balão de oxigênio que atendesse pelo nome fato novo?

Fonte: Observatório da Imprensa

*Washington Araújo
é jornalista e escritor. Mestre em Comunicação pelaUNB, tem livros sobre mídia, direitos humanos e ética publicados no Brasil, Argentina, Espanha, México. Tem o blog http://www.cidadaodomundo.org
Email - wlaraujo9@gmail.com
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Contraponto 3164 - "Onde o poder da grande mídia não chega"

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31/08/2010

Onde o poder da grande mídia não chega
Carta Maior - 31/08/2010

O acesso às novas tecnologias e as facilidades de filmar, gravar, produzir sons e imagens e distribuí-los a baixo custo nas próprias comunidades periféricas, cria novos "espaços públicos" externos e fora do alcance da grande mídia.

Venício Lima
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Publicado originalmente no Observatório da Imprensa

Os incríveis índices de aprovação do presidente Lula e do seu governo e a expectativa de que a candidata por ele apoiada vença as eleições ainda no primeiro turno – agora confirmada pela unanimidade dos institutos de pesquisa de "opinião pública" – vem deixando muita gente boa desorientada.

Teóricos de ocasião e autodesignados "formadores de opinião" estão perdidos diante do insucesso da cobertura de oposição sistematicamente praticada pela grande mídia nos últimos anos – aliás, confirmada pela presidente da ANJ em março passado – e têm oferecido explicações sem sentido para salvar as aparências.

Quem forma a "opinião pública"?

Afinal o que é opinião pública? Qual é o papel da grande mídia na sua formação? Quem são os seus formadores? Qual é o papel da mídia – e, portanto, dos jornalistas – na democracia representativa liberal?

A opinião pública tem sido objeto de estudo e reflexão desde pelo menos o século 18 e, no século 20, passou a fazer parte do debate conceitual e teórico na academia. Mais do que isso, seu significado se tornou objeto da própria disputa política de vez que serve aos interesses privados da grande mídia (a) defini-la como resultado das pesquisas que financia ou faz; (b) atribuir a si mesma o papel de "falar em nome da opinião pública"; e, sobretudo, (c) ser considerada como sua principal formadora.

O que está envolvido em tudo isso, por óbvio, é a disputa pelo poder: o enorme poder de "fazer a cabeça" das pessoas.

Descartada pelo marxismo clássico como falsa consciência e ideologia que mascara o interesse de classe, a opinião pública ocupa um papel central nas chamadas democracias consentidas liberais (G. Sartori), pois é considerada, no plano das idéias, o equivalente ao "preço das mercadorias", uma e outro resultantes da livre competição racional no mercado.

A opinião do cidadão informado e esclarecido surgiria do confronto plural de idéias no processo racional de debate público informado pela mídia. O sujeito da opinião, portanto, não seria o membro alienado de uma "massa", mas o cidadão esclarecido de um "público".

Na perspectiva liberal, caberia à mídia, acima dos interesses em jogo, o papel de fornecer ao público a pluralidade e a diversidade das informações necessárias à formação de sua opinião e, claro, à tomada de decisão política, em geral, e eleitoral, em particular. A liberdade da imprensa seria, portanto, a garantia do fluxo livre de informações, responsável pelo funcionamento do mercado de idéias e, em última instância, da própria democracia representativa.

Os excluídos despertam...

Como explicar, então, que, apesar de estar sendo "bem informada", a maioria da opinião pública brasileira esteja se formando politicamente com opinião oposta àquela explicitamente defendida pela grande mídia, ou seja, favorável não só ao presidente Lula, mas ao seu governo e à sua candidata?

Tenho argumentado a algum tempo que a grande mídia insiste em não enxergar a nova realidade (ver, por exemplo, neste Observatório, "A velha mídia finge que o país não mudou"). Certamente são muitas as explicações para o que vem acontecendo em relação à opinião pública brasileira.

Entre elas, com certeza, está a maior diversidade de fontes de informação política hoje disponível [internet] e o crescimento às vezes imperceptível do nível de consciência de camadas significativas da população sobre a mídia comercial, seu enorme poder e seus interesses. E ainda: a crescente consciência de que a comunicação é um direito fundamental da cidadania.
Jovens da periferia de Brasília

Essa longa reflexão vem a propósito de rápido, mas intenso contato que tive com grupos de jovens e educadores populares da periferia de Brasília, discutindo com eles sobre as relações entre a mídia e a violência durante o seminário "A juventude quer viver: diga não à violência e ao extermínio de jovens", realizado na Universidade Católica de Brasília, no último fim de semana.

O acesso às novas tecnologias e as facilidades de filmar, gravar, produzir sons e imagens e distribuí-los a baixo custo nas próprias comunidades periféricas, cria novos "espaços públicos" externos e fora do alcance da grande mídia.

Um exemplo: chega a ser surpreendente o conteúdo de músicas hip-hop que artistas populares criam descrevendo criticamente o padrão de cobertura que a grande mídia oferece sobre o jovem da periferia dos centros urbanos. Basta a esses artistas o confronto da sua realidade cotidiana com o que se escreve, se fala e se mostra a seu respeito. Revela-se comparativamente para milhões de jovens como o seu cotidiano é omitido ou grosseiramente distorcido. Eles são de fato excluídos e assim se consideram.

Para esses jovens, restrições à liberdade de expressão são uma realidade histórica, só que praticadas não pelo Estado, mas exatamente pela grande mídia que não oferece a eles o acesso e o espaço que deveria ser seu de direito [direito de antena].

Novos tempos


Essa realidade começa a ser mudada, todavia, pelos próprios jovens. E sem qualquer participação da grande mídia: são rádios comunitárias, shows de hip-hop, portais na internet, vídeos e outros recursos que começam a formar redes alternativas de comunicação comunitária a serviço da liberdade de expressão de milhares e milhares de jovens da periferia.

Nestes "espaços públicos" a grande mídia não interfere na formação da opinião. Aqui o conteúdo dos jornalões, das revistas semanais e das redes dominantes de rádio e televisão serve, na verdade, para confirmar a exclusão social e cultural, além de alimentar a crítica conscientizadora.

Talvez esteja aí – nas comunidades organizadas de jovens das periferias das grandes cidades – uma das explicações para o retumbante fracasso da grande mídia na formação da opinião pública em relação ao presidente Lula, ao seu governo e à sua candidata à Presidência.

O tempo dirá.

*Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010.
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Contraponto 3163 - "Bezerra da Silva desmascara campanha de José Serra"


31/08/2010
Bezerra da Silva desmascara campanha de José Serra

Vermelho - 31 de Agosto de 2010 - 0h00

A famosa favela artificial veiculada nos programas eleitorais da campanha do candidato de oposição ao governo Lula, José Serra, agora ganhou nova trilha. Desta vez, quem aparece cantando é célebre compositor, já falecido, Bezerra da Silva. A canção Candidato Caô Caô cai como uma luva para as imagens artificiais e desmascaram o canditado do PSDB que já não engana mais o eleitorado, vide as últimas pesquisas presidenciais.


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Contraponto 3162 - " 'Poste' ilumina interrogatório do Jornal da Globo

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31/08/2010
O "poste" Dilma e o jornalismo de pegadinhas

Dilma - o "poste" iluminou interrogatório
do Jornal da Globo

Do Nassif

Enviado por luisnassif, ter, 31/08/2010 - 07:26

As perguntas dos apresentadores do Jornal da Globo mostram duas coisas: o único universo de temas que lhes interessa é o virtual, esse mundo à parte criado pela velha mídia ao longo dos últimos anos. Nenhuma pergunta temática, nenhuma discussão sobre propostas de governo, nenhum questionamento à política econômica.

Apenas a peça de teatro que criaram para as eleições e que está sendo desmontada pesquisa após pesquisa.

1. A mudança física de Dilma, seguindo o script de mostrar uma candidata de duas caras.

2. A insistência em tentar colocar José Dirceu no debate.

3. A insistência em falar no fatiamento do governo pelos aliados.

4. Quebra de sigilo dos tucanos.

5. Caso dos presos de Cuba.

6. Narcoguerrilha e Farcs.

Nenhuma pergunta programática, nada que pudesse mostrar a visão ou falta de visão de futuro de Dilma, nenhum questionamento sobre as vulnerabilidades da economia, sobre o novo desenho do governo - social-democrata mas preso ao mercadismo do BC -, sobre as novas formas de governar, com participação popular.

Só a realidade virtual criada pela Globo.

Embarcaram em duas fantasias:

1. Achar que esse mundo virtual criado pela mídia (e que está sendo demolido, dia a dia, pelas pesquisas de opinião e pela exposição pública de Dilma) tivesse o mínimo de eficácia.

2. Acreditar na versão-poste, de que a Ministra mais forte do governo mais popular da história pudesse ser um "poste" que se enredaria com esse nível primário de perguntas. Conseguiram fortalecer mais ainda, junto à sua opinião pública, a percepção de que "o poste" é bastante articulado.

Surpreende, porque Waack é dos mais preparados jornalistas de televisão. Se descesse do pedestal para discutir conceitos com a candidata, poderia ter proporcionado aos seus telespectadores um dos momentos altos do jornalismo nessa campanha.

Venderam a idéia de que, quando exposta à luz, a candidata desmancharia. Ledo engano: exposto à luz do contraditório, quem desmanchou foi esse mundo virtual. A entrevista de ontem mostrou que a auto-suficiência no jornalismo, a arrogância, o tom de verdade absoluta imprimido a qualquer factóide, não resiste a 20 minutos de entrevista quando se dá a palavra à parte atingida.

Vídeo 1 parte da entrevista (do Tijolaço)



Video 2 parte da entrevista (do Tijolaço)



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PITACO DO ContrapontoPIG.

Temos acima vídeos de um interrogatório no qual a interrogada dá um nó nos interrogadores sedentos de baixarias e de sangue.
Vamos ver como será a entrevista com o Serra hoje ...!

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Contraponto 3161 - "Redistribuição da verba fez mídia paulistana cair no colo do PSDB/DEM"

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30/8/2010


Redistribuição da verba fez mídia paulistana cair no colo do PSDB/DEM

Viomundo
- 30/08/2010

do Émerson Luís, no Nas Retinas

É fácil entender o esforço da mídia paulistana em defender a candidatura tucana com unhas e dentes no Estado de São Paulo. Me atenho aqui a SP, apesar da mídia carioca ter ido pelo mesmo rumo, porque o estado vive a “bolha de imprensa”. Qualquer opinião contrária ao estado tucano é amplamente abafada na mídia, fazendo com que a população se mantenha com viseiras de cavalo, quase que em catarse.

De 2003 até agora o governo Lula começou um processo de regionalização da verba publicitária gerenciada pela Secretaria de Comunicação, a Secom. Ou seja, o dinheiro que antes era destinado somente para os veículos de rádio, TV, jornal e revista das grandes capitais, principalmente São Paulo e Rio, começou a ser redistribuído para veículos do interior do país. É o processo de isonomia, como pediu Mino Carta. Em 2003 o governo federal anunciou em 270 emissoras de rádio. Em 2009 foram 2.809 rádios. Jornais, no mesmo período, saltaram de 179 para 1.883. Veja tabela abaixo. Os dados são da Secom e, portanto, públicos. Basta solicitar, como eu fiz.

Clique para ampliar.

O gráfico mostra o aumento no investimento também para TV e revista. Observando a imagem abaixo, separando somente os números de investimento em jornais, pode-se notar realmente como o governo federal provocou a ira dos grandes veículos impressos. A retirada de verba foi significativa de 2007 até 2009. Enquanto a verba direcionada aos jornais do interior subia, diminuia a verba da capital. Em 2007 os jornalões das capitais receberam 6.844.417,8. Em 2008 a verba subiu um pouco, saltando para 7.776.730,2. Por fim, em 2009, a verba despencou para 3.939.348,0. No mesmo ano, os jornais do interior receberam 6.226.047,5.

Veja o gráfico completo.

Imaginem vocês se o Mercadante chega ao governo do estado em São Paulo e promove a mesma isonomia do governo federal. A mídia paulista vai à bancarrota. E justamente por isso se agarraram nos calcanhares do PSDB e DEM, que é garantia de escoamento de anúncios e convênios de assinaturas de jornais para escolas. A leitura dos jornais despenca. Os números de assinantes são inflados constantemente com a distribuição gratuita de exemplares para quem nunca assinou ou já deixou de assinar. Admitir queda na circulação significa perder mais dinheiro.

Os anunciantes privados não têm piedade e querem resultados.
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Contraponto 3160 - Charge on line do Bessinha

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31/08/2010

Charge do Bessinha (164)

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Contraponto 3159 - Consolidar a ruptura histórica operada pelo PT.


31/08/2010

POLÍTICA - Consolidar a ruptura histórica operada pelo PT.

Do Blog do Saraiva
- segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Leonardo Boff

Adital.

Para mim o significado maior desta eleição é consolidar a ruptura que Lula e o PT instauraram na história política brasileira. Derrotaram as elites econômico-financeiras e seu braço ideológico, a grande imprensa comercial. Notoriamente, elas sempre mantiveram o povo à margem da cidadania, feito, na dura linguagem de nosso maior historiador mulato, Capistrano de Abreu, "capado e recapado, sangrado e ressangrado". Elas estiveram montadas no poder por quase 500 anos. Organizaram o Estado de tal forma que seus privilégios ficassem sempre salvaguradados. Por isso, segundo dados do Banco Mundial, são aquelas que, proporcionalmente, mais acumulam no mundo e se contam, política e socialmente, entre as mais atrasadas e insensíveis. São vinte mil famílias que, mais ou menos, controlam 46% de toda a riqueza nacional, sendo que 1% delas possui 44% de todas as terras. Não admira que estejamos entre os países mais desiguais do mundo, o que equivale dizer, um dos mais injustos e perversos do planeta.

Até a vitória de um filho da pobreza, Lula, a casa grande e a senzala constituíam os gonzos que sustentavam o mundo social das elites. A casa grande não permitia que a senzala descobrisse que a riqueza das elites fora construída com seu trabalho superexplorado, com seu sangue e suas vidas, feitas carvão no processo produtivo. Com alianças espertas, embaralhavam diferentemente as cartas para manter sempre o mesmo jogo e, gozadores, repetiam: "façamos nós a revolução antes que o povo a faça". E a revolução consistia em mudar um pouco para ficar tudo como antes. Destarte, abortavam a emergência de outro sujeito histórico de poder, capaz de ocupar a cena e inaugurar um tempo moderno e menos excludente. Entretanto, contra sua vontade, irromperam redes de movimentos sociais de resistência e de autonomia. Esse poder social se canalizou em poder político até conquistar o poder de Estado.

Escândalo dos escândalos para as mentes súcubas e alinhadas aos poderes mundiais: um operário, sobrevivente da grande tribulação, representante da cultura popular, um não educado academicamente na escola dos faraós, chegar ao poder central e devolver ao povo o sentimento de dignidade, de força histórica e de ser sujeito de uma democracia republicana, onde "a coisa pública", o social, a vida lascada do povo ganhasse centralidade. Na linha de Gandhi, Lula anunciou: "não vim para administrar, vim para cuidar; empresa eu administro, um povo vivo e sofrido eu cuido". Linguagem inaudita e instauradora de um novo tempo na política brasileira. O "Fome Zero", depois o "Bolsa Família", o "Crédito Consignado", o "Luz para Todos", o "Minha Casa, minha Vida, o "Agricultura familiar, o "Prouni", as "Escolas Profissionais", entre outras iniciativas sociais permitiram que a sociedade dos lascados conhecesse o que nunca as elites econômico-financeiras lhes permitiram: um salto de qualidade. Milhões passaram da miséria sofrida à pobreza digna e laboriosa e da pobreza para a classe média. Toda sociedade se mobilizou para melhor.

Mas essa derrota infligida às elites excludentes e anti-povo, deve ser consolidada nesta eleição por uma vitória convincente para que se configure um "não retorno definitivo" e elas percam a vergonha de se sentirem povo brasileiro assim como é e não como gostariam que fosse. Terminou o longo amanhecer.

Houve três olhares sobre o Brasil. Primeiro, foi visto a partir da praia: os índios assistindo a invasão de suas terras. Segundo, foi visto a partir das caravelas: os portugueses "descobrindo/encobrindo" o Brasil. O terceiro, o Brasil ousou ver-se a si mesmo e aí começou a invenção de uma república mestiça étnica e culturalmente que hoje somos. O Brasil enfrentou ainda quatro duras invasões: a colonização que dizimou os indígenas e introduziu a escravidão; a vinda dos povos novos, os emigrantes europeus que substituíram índios e escravos; a industrialização conservadora de substituição dos anos 30 do século passado mas que criou um vigoroso mercado interno e, por fim, a globalização econômico-financeira, inserindo-nos como sócios menores.

Face a esta história tortuosa, o Brasil se mostrou resiliente, quer dizer, enfrentou estas visões e intromissões, conseguindo dar a volta por cima e aprender de suas desgraças. Agora está colhendo os frutos.

Urge derrotar aquelas forças reacionárias que se escondem atrás do candidato da oposição. Não julgo a pessoa, coisa de Deus, mas o que representa como ator social. Celso Furtado, nosso melhor pensador em economia, morreu deixando uma advertência, título de seu livro A construção interrompida (1993): "Trata-se de saber se temos um futuro como nação que conta no devir humano. Ou se prevalecerão as forças que se empenham em interromper o nosso processo histórico de formação de um Estado-Nação" (p.35). Estas não podem prevalecer. Temos condições de completar a construção do Brasil, derrotando-as com Lula e as forças que realizarão o sonho de Celso Furtado e o nosso.

Fonte: ADITAL.
Blog de um sem Mídia às 16:21

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog do Saraiva)
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Contraponto 3158 - Tem gente que tem medo do processo democrático

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31/08/2010


Tem gente que tem mêdo do processo democrático.‏

Do Blog do Saraiva
- 30/08/2010

Carlos Dória.

A oposição está desesperada com a acachopante derrota que o Serra terá apesar do apoio de toda a imprensa golpista, a Veja à frente. Já que vai perder no voto, quer ganhar no tapetão.Na quer aceitar a vontade popular Quer arrumar um meio para denegrir o resultado das eleições. Antigamente, existiam as " vivandeiras dos quartéis" que usavam os militares para dar o golpe. Agora, como isso é mais difícil, está fazendo essas campanhas ridículas de estimular a anulação do voto ou dizer que as urnas serão ou foram manipuladas.Isso que venho recebendo, via e-mail, faz parte da campanha golpista em marcha. Ficam espalhando esses factóides na esperança que isso tenha algum resultado prático. Torço para que anulem o voto pois isso só favorece que está à frente das pesquisas. São burros que não conhecem a legislação eleitoral. Tenho pena dessas pessoas que fazem isso e se acham grandes patriotas e democratas . Devem ser filhas ou esposas de militares saudosas da ditadura. O mundo mudou, o Brasil mudou e elas não perceberam. Ficam só lendo a Veja e vendo o JN e não percebem que o Brasil real é muito diferente dos que eles mostram. Por isso ficam surpresos que o Lula, em final de governo, tenha um índice de aprovação de quase 80%.
Como a maioria dessas pessoas se deixa pautar pela mídia golpista e agem como verdadeiros "homer simpsons", que foi como o William Bonner qualificou os ouvintes do JN, não percebe o Brasil real, que não é o Brasil dessas elites retrógadas e preconceituosas, das quais o JN é o mais lídimo representante. O JN ainda pensa que é "formador de opinião". Se esquece que o crescimento exponencial dos blogs, a famosa blogosfera permite o contraditório, a possibilidade das pessoas recorrerem à outras fontes de informação, para avaliar se o que o JN divulga é realmente a informação correta. Se esse contraditório fosse permitido pelos grandes meios de comunicação, eles não estariam perdendo sua credibilidade, que é a coisa mais importante para um órgão de comunicação.
Postado por Blog de um sem-mídia às 17:29 0 comentários

Matéria publicada por Leda Ribeiro (Colaboradora do Blog do Saraiva)
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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Contraponto 3157 - "Aloysio Biondi: ausência lembrada, obra revisitada"

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30/08/2010

Aloysio Biondi: ausência lembrada, obra revisitada



Carta Maior - Segunda-Feira, 30 de Agosto de 2010

Textos publicados em julho e agosto rendem homenagem a Aloysio Biondi e lembram os dez anos de ausência do jornalista revisitando sua obra. Em "O Brasil Privatizado", Biondi mostrou o processo de desmonte de empresas públicas no país durante os governos de FHC e suas consequências para a população: "Os prejuízos que o achatamento de tarifas e preços trouxe para as estatais teve efeitos que o consumidor conhece bem: nesses períodos, elas ficaram sem dinheiro para investir e ampliar serviços. Ou, dito de outra forma: não é verdade que os serviços das estatais tenham se deteriorado por incompetência".

Pedro Biondi

Saiba mais sobre a vida e a obra de Aloysio Biondi

“Embrutecemos. A sociedade brasileira embruteceu. Os meios de comunicação embruteceram. Nós, jornalistas, embrutecemos. (...) Os governantes atuais não se importam mais com o povo, o ser humano. Mas todos também somos culpados. Por silenciar. Por ficar de braços cruzados. Embrutecemos, sim.” O trecho, de artigo publicado em 2000 no Diário Popular, é o mote de abertura de matéria da Revista do Brasil.

Com o título “Há dez anos, um vazio”, é assim introduzida: “Ícone do jornalismo crítico e analítico, Aloysio Biondi se foi sem deixar substitutos”.
Ali, o jornalista Vitor Nuzzi avalia: “Passados dez anos, as análises e comentários de Biondi, sempre baseados em dados e números, não em palpites, ainda fazem falta. Especialmente quando se lembra de que, aliado ao rigor técnico, eram textos acessíveis, sem a praga do economês, escritos por alguém que não ficou de braços cruzados.” Nuzzi lembra a doação do acervo do jornalista ao Centro de Documentação Alexandre Eulálio (Cedae), da Universidade de Campinas (Unicamp).

No artigo "O sorriso de Biondi, na Carta Maior, o cientista político Antonio Lassance retoma a contribuição do jornalista ao debate em torno da Telebrás. Comentando a reativação da estatal e a reação de seus opositores, ele aponta nos questionamentos uma “falta de contextualização primária”.

“Até hoje, a melhor forma de contar essa história e travar a batalha da memória contra o esquecimento é revisitar o livro de Aloysio Biondi, O Brasil Privatizado: Um Balanço do Desmonte do Estado”, anota o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para ele, Aloysio Biondi foi “um monstro sagrado do jornalismo brasileiro, grande mestre do jornalismo econômico”.

Continua Lassance: “O Brasil Privatizado abria seu capítulo ‘As estatais: sacos sem fundo?’ justamente falando da Telebrás. Biondi relembrava que, entre 1996 e 1997, a empresa teve um salto de 250% em seu lucro, desmentindo categoricamente a mensagem fabricada de que as estatais só davam prejuízo. No livro que tornou-se um clássico para a compreensão sobre o que fizeram com o Brasil nos anos 90, Biondi contextualizava que tanto os prejuízos quanto os lucros das estatais tinham sido fabricados para atender a interesses muito bem identificados.”

O pesquisador cita trecho da página 30 de O Brasil Privatizado: “Os prejuízos que o achatamento de tarifas e preços trouxe para as estatais teve efeitos que o consumidor conhece bem: nesses períodos, elas ficaram sem dinheiro para investir e ampliar serviços. Explicam-se, assim, as filas de espera para os telefones, ou as constantes ameaças de ‘apagões’ no sistema de eletricidade. Ou, dito de outra forma: não é verdade que os serviços das estatais tenham se deteriorado por ‘incompetência’. Como também é mentira que ‘o Estado perdeu sua capacidade de investir’, como diz a campanha dos privatizantes. O que houve foi uma política econômica absurda, que sacrificou as estatais.” O livro pode ser lido e baixado aqui.

Além disso, o Blog da Fundação Perseu Abramo reuniu conteúdos produzidos por Aloysio Biondi ou referentes a ele. Foi a editora da entidade que publicou o livro do jornalista, que superou a marca de 140 mil exemplares vendidos.

Por fim, a revista Reflexos da Privatização, editada pelo Sindicato dos Engenheiros no Paraná, traz reportagem de capa sobre o processo de venda das estatais, classificando-o como “um jogo de cartas marcadas.

O material usa dados do levantamento feito por Biondi, e reproduz um parágrafo do livro referente às ferrovias: “Desde o final dos anos 60, o governo frequentemente usou as estatais para ‘segurar’ a inflação ou beneficiar certos setores da economia, geralmente por serem considerados ‘estratégicos’ para o país. Como assim? Houve períodos em que o governo evitou reajustes de preços e tarifas de produtos (como o aço) e serviços fornecidos pelas estatais, na tentativa de reduzir as pressões e controlar as taxas de inflação. Esses ‘achatamentos’ e ‘congelamentos’ foram os principais responsáveis por prejuízos ou baixos lucros apresentados por algumas estatais, que passavam a acumular dívidas ao longo dos anos – sofrendo então nova ‘sangria’, representada pelos juros que tinham de pagar sobre essas dívidas. Certo ou errado, as estatais foram usadas como arma contra a inflação por governos que achavam que o combate à carestia era a principal prioridade do país.”
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Contraponto 3156 - "José Serra precisa dormir"

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30/08/2010
José Serra precisa dormir

Serra precisa dormir

Blogo do Miro - 30/08/2010

Por Altamiro Borges


É conhecida a fama de notívago do grão-tucano José Serra. No twitter, suas notinhas de até 140 toques são postadas na madrugada. Num exagero de servilismo, Gilberto Kassab, o prefeito da capital paulista, chegou a dizer que “durmo de paletó para atender às ligações do governador”. Muitos aspones já reclamaram, em tom de brincadeira (será?), que eram acionados as altas horas pelo mandatário centralizador. É desta fama e de suas olheiras que surgiu o apelido de vampiro.

Talvez isto explique porque o presidenciável anda tão atordoado, confuso, errático. Num dia, ele afirma que “não sou oposição nem situação” e que pretende ser o “continuador de Lula”. Noutro dia, ele assume o figurino fascistóide de George Bush ou Álvaro Uribe e faz discursos irritadiços contra o atual governo. Prova desta crise existencial foi quando ele tentou associar a sua imagem à de Lula em plena propaganda eleitoral na televisão. Muitos pensaram: Serra enlouqueceu de vez!

O atestado de óbito da Folha

Até a Folha, que nunca escondeu a torcida pelo candidato, desistiu de entender sua esquizofrenia. Em editorial de 21 de agosto, o jornal jogou a toalha e decretou que “a campanha de Serra parece ter recebido o seu atestado de óbito”. A famíglia Frias, que preferia um candidato direitista sem máscara, não engoliu o “parasitismo político” do jingle da campanha serrista que diz “tira a mão do trabalho do Lula/ tá pegando mal/... Tudo que é coisa do Lula/ a Dilma diz/ é meu, é meu”.

Indignada com a “sem-cerimônia dessa apropriação que extravasa os limites da mistificação marqueteira”, a Folha já anunciou que pulou fora do barco do candidato, que “agora se apresenta como ‘Zé’, no improvável intento de redefinir sua imagem pública... Não é do feitio deste jornal tripudiar sobre quem vê, agora, o peso dos próprios erros, e colhe o que merece. Intolerável, entretanto, é o significado mais profundo desse desesperado espasmo da campanha serrista”.

“A desconstrução já começou”

Pouco a pouco, José Serra vai definhando. O valentão Arthur Virgílio, o jagunço Sérgio Guerra, o riquinho Tasso Jereissati e vários outros “aliados” o abandonam para evitar a contaminação nas suas bases. A própria mídia, seu último bastião, já dá sinais de fadiga diante de uma “candidatura nati-morta”, como aponta o blogueiro Luis Nassif. “Muitas vezes previ que a velha mídia procederia à desconstrução da própria imagem que criou de Serra. E o faria com gana, sentindo-se ludibriada por ter apostado em um cavalo manco. Errei o prazo. A desconstrução já começou”.

Pouco a pouco, o bloco neoliberal-conservador desloca sua atenção para as disputas de governos estaduais e de mandatos legislativos. Serra pode virar mais um caso grotesco de “cristianização”. Caso não ocorra erro grave de campanha, Dilma Rousseff caminha para ser a primeira mulher presidenta do Brasil, dando continuidade ao ciclo progressista aberto por Lula. Ela precisará de sólida base de sustentação nos estados, no Senado e na Câmara Federal. A direita parece que já rifou Serra, que “precisa dormir”, mas já cava suas trincheiras para infernizar o futuro governo.
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Contraponto 3155 - "Montenegro pede desculpas"

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30/08/2010

Montenegro pede desculpas


Amigos do Presidente -por Helena™ - segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Destaque no site do "Wall Street Journal" pouco depois de sair o Ibope no Brasil, "Sucessora escolhida a dedo por Lula aumenta liderança", de 43% para 51%, enquanto "José Serra escorregou" de 32% para 27%. O jornal credita a liderança às "dúzias" de aparições com Lula e ao sucesso na travessia da crise financeira no ano passado.

Por aqui....No destaque da entrevista à revista "IstoÉ", o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, que havia previsto a derrota de Dilma há um ano, em entrevista à "Veja", agora proclama: "Errei e peço desculpas. O Brasil já tem uma presidente. É Dilma Rousseff". Aliás, "Lula acertou, Dilma é um animal político". E "o PSDB está perdido

O que a nossa imprensa não diz...
Na contracapa do "China Daily" de domingo, "Viagem rápida ao Rio cheia de diversão". Wang Ru voou 30 horas de Pequim ao Rio e contou como acabou se "juntando aos garotos na praia, jogando futebol à noite," e logo se viu "humilhado pelos movimentos fascinantes de um menino de cinco anos"
Nelson de Sá
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Contraponto 3154 - "Mantega: o Brasil incorporou a Argentina e o Chile à classe C."

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30/08/2010

O Brasil é maior que a França e a Inglaterra.
Bye-bye Serra forever

Mantega: o Brasil incorporou a Argentina e o Chile à classe C

Conversa Afiada - 30/08/2010

O Governo Lula incorporou 50 milhões de brasileiros ao mercado de consumo.

A classe C foi a que mais cresceu.

Tem hoje 104 milhões de pessoas.

A capacidade de consumo da classe C é de 500 bilhões de reais por ano.

A classe C é aquela com uma renda mensal entre mil reais e cinco mil reais.

A classe D tem um poder de consumo de 380 bilhões de reais.

50 milhões de pessoas incorporadas à classe C é o mesmo que dizer que uma Argentina, somada a um Chile, compõe a classe C.

O PIB deve crescer este ano 7%.

Será o maior crescimento anual do PIB dos últimos 24 anos.

O crescimento do PIB de 7% fará com que a economia brasileira seja maior que a da Inglaterra e também a da França.

Na Europa, só a Alemanha ainda é maior que o Brasil.

No ano que vem, a economia brasileira crescerá 5,5%.

Essas são informações que Guido Mantega, Ministro da Fazenda, deu hoje à Fátima Turci e Paulo Henrique Amorim, que serão veiculadas hoje e amanhã na Record News.

O Brasil hoje tem 260 bilhões de dólares de reservas cambiais e dívidas de 220.

Paulo Henrique Amorim


Artigos Relacionados
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Contraponto 3153 - Da Carta Maior

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30/08/2010

ONDA VERMELHA

II
votação maciça em Dilma Rousseff cria maré alta que empurra o barco de praticamente todas as candidaturas associadas à coligação petista. Mercadante sobe em SP e ameaça levar o escrutínio para o 2º turno; Tarso amplia vantagem no RS; Cabral ganha solidamente no 1º turno no RJ; o mesmo acontece com Campos em PE e, agora, com Jacques Wagner, na Bahia. Resumo da ópera expreso no coro dos operários da refinaria Abreu e Lima, em PE, ao final da visita de Lula, na última 6º feira: 'Tchau presidente, até 2014!'
II
(Carta Maior; 29-08)
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Contraponto 3152 - Economia do Brasil se aproxima da italiana

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30/08/2010


Brasil se aproxima de ser a 7ª maior economia do mundo

Vermelho - 28 de Agosto de 2010 - 19h36

Brasil se aproxima de ser a 7ª maior economia do mundo
Embora tenha quebrado o ritmo de avanço da economia brasileira, a crise global de 2008 ajudou o país a subir duas posições entre os maiores Produtos Internos Brutos (PIB) do mundo, de décimo em 2007 para oitavo lugar no ano passado.
Estimativas recentes da Bloomberg apontam que a soma das riquezas geradas em território nacional entre o segundo trimestre de 2009 e o primeiro de 2010 atingiu US$ 1,8 trilhão, deixando a Espanha mais para trás e se aproximando da Itália, a sétima colocada.

De acordo com economistas, o Brasil se favoreceu de uma retração dos "rivais", da valorização do câmbio e precisar superar desafios antes de se consolidar no grupo das sete maiores economias do mundo.

Segundo números do Banco Mundial, o país galgou uma posição em 2008 ao ultrapassar o Canadá e outra em 2009, quando a Espanha viu o seu PIB retrair de US$ 1,60 trilhão para US$ 1,46 trilhão. Se o país ibérico tivesse apenas mantido a atividade econômica, ainda estaria à frente do Brasil, que somou US$ 1,57 trilhão em 2009.

Enquanto isso, os Estados Unidos mantêm a ponta com a mesma folga dos anos anteriores. Com US$ 14,25 trilhões, a maior economia do mundo tem PIB quase três vezes maior que o segundo colocado (Japão, com US$ 5 trilhões).

Mesmo com a crise, o Brasil viu a distância dos EUA aumentar em 2% entre 2007 e 2009. Em igual período, apenas a China conseguiu reduzir substancialmente a diferença ante a economia americana, com alta de US$ 3,38 trilhões para US$ 4,90 trilhões.

Um estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers já apontou que o Brasil deve ser a 5ª maior economia do mundo em 20 anos, acompanhando o avanço dos países emergentes. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, essa posição já pode ser alcançada na próxima década.

Da Redação, com informações do Terra
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Contraponto 3151 - "FHC magoado: Nem Serra defende seu governo na campanha"

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30/08/2010

FHC magoado: Nem Serra defende seu governo na campanha

FHC magoado
Vermelho - 29/08/2010

O ainda maior vulto do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, tem confidenciado, para interlocutores próximos, estar magoado por não ver seus oito anos de mandato exaltados na campanha de Serra.
“Ele gostaria de ver as teses do governo dele sendo defendidas”, diz outro integrante do partido.

Serra chegou ao vexame de fazer propaganda na TV "lulo-petista" mostrando fotos ao lado do presidente Lula, enaltecendo o adversário; sem levar ao ar qualquer menção a FHC, o que deve ter atiçado a inveja e rancor do vaidoso ex-presidente.

Mesmo em aparições públicas de Serra, em debates ou comícios, FHC não está presente.

Para o cientista político e professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Carlos Melo, Serra e o PSDB correm o risco de saírem menor do que entraram nas eleições: “Lula perdeu várias eleições, mas nunca perdeu politicamente, porque ele sempre firmou posição. Na política, você tem que deixar claro quem é você e qual a sua história. O partido deveria reconhecer que o governo FHC, embora não seja um sucesso de público, foi um sucesso de crítica” (referindo-se à crítica favorável da imprensa demo-tucana).

O cientista político da Universidade de São Paulo (USP) Rubens Figueiredo repete as críticas feitas meses atrás por Dilma Rousseff, ao chamar a campanha de José Serra de "biruta de aeroporto":

“Não se constrói uma ideia de partido se não se passa para a sociedade uma postura. De dia, o PSDB critica Lula. À noite, afaga o presidente, e não defende aquilo que o próprio PSDB fez. É como uma biruta de aeroporto, que ninguém entende para onde vai.”

Porém 10 entre 10 marqueteiros, afirmam que a associação à FHC seria negativa, porque lembra mais uma época de desemprego e arrocho, com o Brasil quebrando 3 vezes, o apagão do racionamento elétrico, decadência internacional, e baixa auto-estima.

A melhor lembrança do eleitor quanto àquele período é o Plano Real, porém executado no governo Itamar Franco, passa a impressão de que o eleitor já deu 2 mandatos ao PSDB por conta do plano, e ele não andou para frente, desde 1994. A estabilidade econômica foi boa pelo fim da inflação, mas depois de 1998 a estabilidade passou a significar estabilidade da pobreza, e ninguém consegue ver virtude na falta de prosperidade, na falta de mobilidade social para cima.

A partir de 2003, com o governo Lula, além de recuperar a estabilidade econômica (que já dava sinais de descontrole em 2002), houve prosperidade e ascensão social para a maioria dos brasileiros, sobretudo das classes C, D e E.

Sob os holofotes, o ex-presidente não admite a mágoa, e minimiza sua ausência ao lado do candidato tucano.

O presidente do partido, Sérgio Guerra (PSDB/PE), diz que a atuação de FHC se dá nos bastidores. “Nenhuma decisão importante do partido acontece sem ele. Ele é o que mais colabora com o partido”, mostrando que Serra, na verdade, continua andando na garupa de FHC, apenas de forma escondida do grande público.

Guerra não descarta a aparição do ex-presidente no programa eleitoral. O blog dá o maior apoio à aparição de FHC na TV pedindo votos para Serra.

Fonte: Blog Os amigos da presidente Dilma, com informações do do Correio Braziliense
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Contraponto 3150 - "Dilma desautoriza salto alto e especulações com nomes"

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30/08/2010
Dilma desautoriza salto alto e especulações com nomes



Amigos do Presidente - por Zé Augusto - 30/08/2010

Em entrevista coletiva em Brasília, neste domingo, Dilma Rousseff (PT), disse que seria uma "pretensão" discutir governo durante a campanha, e negou ter sido procurada por aliados que já disputam fatias de seu eventual governo:

"Nunca falaram para mim. Tenho de dizer com a maior sinceridade. Não chegou nenhum partido político da minha base para colocar uma questão dessas na mesa. Até agora, para mim, essa questão só chegou através da imprensa...

... Qualquer discussão de nome da minha parte, da minha campanha, é factoide. Eu desautorizo todas as especulações sobre quem quer se seja, ocupar qualquer cargo que seja porque nós não achamos isso politicamente correto, eticamente correto. É colocar o carro na frente dos bois."


As pesquisas indicam vitória no primeiro turno, mas pesquisa é pesquisa, campanha é campanha, e eleição é eleição.

A imprensa está criando um clima de já ganhou, que só atrapalha, porque pode desmobilizar a militância.

A especulações de nomes para um futuro ministério, também é um claro factóide da imprensa, inclusive pautando nomes com a intenção de provocar desgaste e intrigas na candidatura, porque qualquer pessoa que conhece como funciona a política brasileira sabe muito bem de 5 coisas:

1) Além de ter que ganhar as eleições presidenciais primeiro, a composição do ministério está relacionada com a governabilidade, e só dá para montar governo depois de saber o tamanho e perfil das bancadas que ainda serão eleitas;

2) A disputa que existe agora dentro da coligação de Dilma, não é para ocupar espaços em um futuro governo, e sim cada partido ou facção partidária lutando para eleger a maior bancada possível, tanto na Câmara, como no Senado;

3) O governo do presidente Lula só acaba dia 31 de dezembro, e está funcionando em pleno vapor. Dilma vencendo, o futuro governo será dela, mas ninguém que possa contar com o presidente Lula como um dos articulares políticos, deixaria de usar esse trunfo, e ela contará com total apoio do presidente Lula na fase transição;

4) Quem tem de fato cacife para ser ministro, sabe que lançar nomes antes da hora, só serve para se queimar, e ficar de fora do governo. Nenhum político experiente faz isso, a imprensa está inventando coisas;

5) As "fontes" da imprensa não passam de conversas com políticos de menor expressão, mas que querem impressionar seu eleitorado e correligionários, exibindo poder e prestígio que não tem, até para colher mais votos nas urnas.
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Contraponto 3149 - "Lei tucana: o que é ruim, se esconde"

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30/08/2010
Lei tucana: o que é ruim, se esconde

Serra não é nem um retrato na TV de Alckmin, mas como dói...

Tijolaço - 29/09/2010

Vocês lembram daquela frase “Eu não tenho escrúpulos. O que é bom a gente fatura, o que é ruim, esconde”, dita pelo ex-ministro Rubens Ricúpero e captada na parabólica durante a eleição de Fernando Henrique? A “lei” tucana continua valendo, ao menos se a gente considerar duas matérias – separadas – publicadas pelo Estadão.
Na primeira, talvez para demonstrar que a “pobre” Dilma se “pendura” no Lula, destaca que o presidente apareceu em 27% do tempo de sua propaganda na televisão. Um quarto do tempo? É até pouco, se ela é a candidata da continuidade do Governo Lula. Se Lula é Dilma e Dilma é Lula, porque esconder isso? E ela é isso sem perder sua personalidade, pois até a turma do Datafolha reconhece hoje que ela não está atraindo eleitores apenas por isso, mas pelo seu desempenho próprio.
Na outra, revela-se que a campanha do candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, está sendo “comedida” nas citações a José Serra.
Comedida? Sabe quanto tempo no total de 7 minutos por programa do Alckmin, nestes 11 dias de campanha?

DOIS, isto mesmo, DOIS SEGUNDOS! No total, não é por dia, não! Diz a matéria:

“Os cinco programas veiculados até agora no horário nobre da TV – que totalizaram 40 minutos de propaganda eleitoral – dedicaram apenas 2 segundos para mostrar imagens de Serra. O ex-governador paulista não ganhou destaque nem mesmo quando a publicidade alckmista prometeu dar continuidade a projetos criados por ele, como os Ambulatórios Médicos de especialidades (AMEs) e a Rede de Reabilitação Lucy Montoro.”
E olhem que o marqueteiro de Serra é o mesmo Luiz González que faz a campanha de Serra. O cara entende mesmo de marketing, sabe o que dá voto. Só não conta com o fato de que o paulista não é bobo e isso não vai evitar o segundo turno por lá.
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Contraponto 3148 - "Globope: Anastasia ganha em Minas. O Serra vai perder o rumo de casa"

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30/08/2010


Globope: Anastasia ganha em Minas.
O Serra vai perder o rumo de casa

Conversa Afiada
- 28/08/2010

Na foto, o ex-presidente que o FHC nunca foi

Se o Globope estiver certo – e o Globope não merece confiança – clique aqui para ir à primeira pág. do Estadão o Anastasia ganha do Helio Costa em Minas.

Se isso, de fato, acontecer, amargo será o fim do jenio.

Ele não vai passar nem na porta do PSDB.

Aécio toma conta dos tucanos.

Cesar Maia ocupa o DEMO e a extrema direita.

E ao Serra caberá 1) derrubar o Belluzzo e presidir o Palmeiras; 2) voltar à Unicamp para tirar o diploma de Economista; 3) reocupar o lugar de editorialista da Folha (*); 4) trancar-se em casa e nunca mais sair de lá.

Ao Fernando Henrique caberá sair por aí a falar mal do Serra (pelas costas).

E mal da Dilma e do Lula.

O Farol de Alexandria, como se sabe, é o que o Jimmmy Carter não é.

Carter é um ex-presidente exemplar.

Saiu da batalha eleitoral e se dedicou a causas nobres.

Como vigiar a lisura de eleições em novas democracias.

E, agora, libertou um americano preso na Coréia do Norte – clique aqui para ir à pág. A19 do Estadão.

Foi uma iniciativa pessoal de Carter, que não consultou o Governo Obama.

Carter ganhou o Premio Nobel da Paz em 2002.

Fernando Henrique cobra US$ 50 mil por palestra, vai a Paraty e se hospeda na villa do filho do Roberto Marinho.

Cada país tem o ex-presidente que merece.

Paulo Henrique Amorim

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Contraponto 3147 - Charges on line do Bessinha

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30/08/2010

Charges do Bessinha (161 a 163)


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domingo, 29 de agosto de 2010

Contraponto 3146 - "Quem perde com a eleição"

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29/08/2010

Quem perde com a eleição

Direto da Redação - 29/08/2010

Mário Jakobskind*

Três de outubro se aproxima e a se confirmarem os resultados das pesquisas indicando uma vitória avassaladora de Dilma Roussef já no primeiro turno, as análises a serem feitas devem transcender o aspecto político partidário propriamente dito e o significado do fenômeno Lula na história brasileira.

O Presidente da República, segundo indicam as pesquisas, em termos de popularidade ultrapassou Getúlio Vargas em sua época. O então líder trabalhista, além de se eleger em 1950 enfrentando os ancestrais do PSDB e Demo, poucos anos antes elegeu quem parecia inelegível, ou seja, o seu ex-ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, que acabou se tornando um dos piores presidentes que o Brasil já teve, comparável a FHC, inclusive traindo compromissos assumidos durante a campanha.

Tais fatos pertencem à história, mas o principal neste momento é analisar a derrota acachapante que vem sofrendo a mídia de mercado tipo Veja, O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, TV Globo e outros veículos de imprensa que diariamente se opõem a Lula e a sua candidata. Ou seja, apesar disso, Lula está transferindo praticamente cem por cento dos seus votos para Dilma Roussef, o que os analistas de plantão diziam que jamais aconteceria.(Grido fo ContrapontoPIG)

Tanto a mídia de mercado quanto o candidato de oposição de direita, José Serra, esgotaram o estoque de acusações infundadas contra a candidata Dilma Roussef. A aliança PSDB-Dem-PPS desencavou até o emergente da Barra de sobrenome da Costa como vice, para caluniar com base em mentiras. Não satisfeito com as baixarias, encampadas por Serra, da Costa gratuitamente passou a fazer críticas grosseiras a Leonel Brizola, o governador do Estado do Rio de Janeiro por duas vezes, falecido em junho de 2004.

Da Costa e Serra são exemplos típicos da baixa política. Serão julgados pelos mais de 135 milhões de eleitores aptos a votar em 3 de outubro. Da Costa foi indicado para vice por ordem de Cesar Maia, numa estratégia para lançá-lo candidato a Prefeito do Rio de Janeiro em 2012. Para aparecer nas páginas e na TV, o vice de Serra baixou tanto o nível que acabou tirando votos do próprio cabeça de chapa.

O Rio de Janeiro daqui a dois anos terá de dar um novo recado nas urnas para a escolha do Prefeito e o quadro que se apresenta, pelo menos até agora, chega a ser vergonhoso. Da Costa de um lado e Eduardo Paes de outro, cujos projetos, apesar das rivalidades eleitorais, não estão tão distantes assim.

Para se ter uma ideia, basta comparar o que Paes vem fazendo atualmente na área da educação, repetindo o receituário do Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do Dem. Tendo como titular da pasta a senhora Claudia Costin, egressa do PSDB, e prestadora de serviços ao governo FHC na reforma administrativa, a atual secretária de Educação do município do Rio de Janeiro tenta executar um projeto que tem a chancela do Banco Mundial e que terá reflexos negativos não só para os professores, como também para todos os servidores municipais.

Em troca de um empréstimo de 1,9 bilhão de dólares para o Rio, o Banco Mundial exigiu, e Paes está tentando colocar em execução com a ajuda de sua bancada na Câmara dos Vereadores, uma reforma da previdência municipal que prevê a quebra da paridade e diminuição nos vencimentos de aposentados e pensionistas. Ou seja, Paes está querendo ir até as últimas consequências com o receituário neoliberal, que sempre defendeu desde os tempos em que militava no PSDB, o mesmo partido que durante muitos anos abrigou o atual governador Sergio Cabral.

Leitores e telespectadores desconhecem também o que vem acontecendo no Rio de Janeiro, como, por exemplo, que a senhora Costin está tentando incrementar uma formula para os professores do município do Rio idêntico ao existente em São Paulo: a chamada meritocracia em que os trabalhadores no setor de educação serão avaliados por uma comissão que dirá quem vai ganhar mais ou não, graças a vários critérios, inclusive a nota dos alunos. Em função disso, em São Paulo os professores foram divididos em sete categorias. E assim vai, no fundo, o objetivo maior é a competição desenfreada em que a qualidade do ensino propriamente dito é o último a contar, embora Costin diga ao contrário nas páginas da mídia de mercado.

Em recente entrevista a um jornal de São Paulo, Diane Ravitch, ex-secretária adjunta de Educação do governo Bill Clinton criticou com veemência a política de meritocracia, por ela seguida. Segundo Ravitch, o ensino não melhorou e foram detectadas fraudes no processo de avaliação do desempenho dos professores. Quer dizer, Costin copiou um esquema que sabidamente não deu certo nos Estados Unidos e insiste em algo que não resultará em melhora para o ensino, muito pelo contrário.

*Mário Jakobskind. É correspondente no Brasil do seminário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE
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Contraponto 3145 - "Na TV, Alckmin esconde Serra, que só apareceu por 2 segundos"

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29/08/2010

Na TV, Alckmin esconde Serra, que só apareceu por 2 segundos

Vermelho - 29/08/2010

Onze dias depois do início do horário político, a campanha do candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, parece não querer vincular-se a seu principal aliado: continua comedida nas citações ao presidenciável tucano, José Serra.
Os cinco programas veiculados até agora no horário nobre da TV - que totalizaram 40 minutos de propaganda eleitoral - dedicaram apenas 2 segundos para mostrar imagens de Serra.

O ex-governador paulista não ganhou destaque nem mesmo quando a publicidade alckmista prometeu dar continuidade a projetos criados por ele, como os Ambulatórios Médicos de especialidades (AMEs) e a Rede de Reabilitação Lucy Montoro.

Os programas de Alckmin soam ainda mais "econômicos" com Serra quando comparados aos vídeos de Aloysio Nunes Ferreira e Orestes Quércia, os candidatos ao Senado na coligação Unidos por São Paulo, formada pelo PSDB e pelo PMDB. Ambos têm exibido imagens de Serra, seja pedindo voto aos candidatos ou lado a lado com ele, em eventos públicos de campanha pelo Estado.

Após encontro com empresários na capital paulista, pouco antes do início do horário eleitoral, Alckmin disse que Serra não iria apenas "aparecer" em sua propaganda partidária. "Ele vai participar também", afirmou. Mas, até agora, nada.

Na campanha alckmista, o discurso é que o candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes tem feito sua lição de casa ao citar Serra nominalmente nos programas de TV, sabatinas e debates - eventos em que pediu votos ao presidenciável.

Além disso, os dois têm cumprido agendas conjuntas em corpo a corpo na capital e no interior. Nesta semana, estiveram na inauguração da Estação Vila Prudente do Metrô, em São Paulo, e em caminhada em Bauru, no interior. Ontem, foram a Ribeirão Preto. Mas imagens dos tucanos juntos, por enquanto, não foram utilizadas pela equipe de Alckmin.

Com O Estado de S.Paulo
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